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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

Torneio de Retórica: “Uma esperança enorme no futuro e nos jovens”

“Mais uma segunda-feira de aulas, que chatice!”: esta podia ser a frase que Bruno Baião, Maria Machado, Alberto Garção, Catarina Mesquita, Daniel Pinto e Tiago Gomes, alunos de Ciências Socioeconómicas das escolas secundárias Martins Samento e Francisco de Holanda disseram no domingo à noite. Mas não foi. A cabeça estava noutro lugar e numa outra forma de aprender. Trocaram as salas de aula pelo teatro Jordão, as secretárias por púlpitos e o escutar os professores pelas suas próprias palavras.


© Mais Guimarães

À porta do renovado teatro Jordão, centenas de alunos esperavam pelos amigos e colegas e pensavam quais seriam os argumentos que teriam de utilizar caso fossem eles a subir ao palco. “Sim ou não à taxação dos lucros excessivos e inesperados das grandes empresas?” foi a questão que invadiu todos os que pelo evento se interessavam.


Uma sala bem cheia e dividida por ambas as escolas e uma rivalidade saudável foram os ingredientes perfeitos para uma excelente final concelhia do Torneio de Retórica. A isso, obviamente, juntou-se uma boa capacidade argumentativa.


A abrir o debate, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, deixou uma mensagem clara aos jovens vimaranenses: “não se alheiem do vosso futuro, envolvam-se na vida política, sejam jovens ativos. O vosso exemplo é um bom exemplo”.


Com uma “esperança enorme no futuro, nos jovens, na capacidade que mostram de estar dentro dos assuntos, de conseguirem argumentar e respeitar-se uns aos outros “, Adelina marcou presença naquela que foi a finalíssima mais aguardada pelos jovens estudantes de Guimarães. Um evento que, diz Francisco Teixeira, presidente da ASMAV, “superou as expectativas não pela qualidade dos jovens que participaram – porque essa já sabíamos que existia -, mas pela profundidade, empenho, e emoção que percorreu o teatro Jordão”.


Reconhecendo a importância da retórica e da oralidade, a vice-presidente e vereadora com o pelouro da educação lembrou que a cidade-berço tem, “desde o pré-escolar, muitos projetos que visam a participação e o dar voz”. “Precisamos de continuar a ser frontais, a ter argumentos, a saber argumentar q.b. as nossas opiniões, a fazer o contraditório”, lembrou.


Bruno Baião, Maria Machado e Alberto Garção foram os grandes vencedores desta edição do Torneio de Retórica e deixaram o seu nome na história da escola secundária Francisco de Holanda. Foram vários os temas que tiveram de ultrapassar para aqui chegar, e temas tão variados como a energia nuclear, as barrigas de aluguer ou as claques. “Foram diversos temas da atualidade, alguns mais conhecidos e outros nem tanto, mas foi uma experiência absolutamente enriquecedora porque nos põe à prova no trabalho de pesquisa”, explicou Bruno Baião que lembrou também o momento do debate em si. “Nunca sabemos o que é que o adversário traz e isso dá-nos essa capacidade de improviso e de argumentação, de retórica, de pensamento crítico e argumentação”.


Tiago Gomes, estudante da escola secundária Martins Sarmento, está consciente que este “foi um percurso difícil”, que implicou “muito trabalho em casa e com a professora do ano passado”. Contudo, lembra que foi uma atividade que permitiu “desenvolver as capacidades e o à vontade de falar em público, de desenvolver um tema e fazer pesquisa”.

Do lado do público, o entusiasmo também se fez sentir. Os alunos presentes envolveram-se com grande emoção e alegria, quase como se fossem eles próprios a debater, e esta foi, para Francisco Teixeira, “uma das grandes vitórias deste torneio: a capacidade de ser competitivo e amigo, ao mesmo tempo”.


“Os jovens querem e precisam de ser ouvidos”


Todas as horas que passaram a procurar saber mais sobre o tema, a preparar os próprios argumentos e os argumentos dos adversários, para saberem como os refutar, ensinou-lhes muito. Mas é inegável: todos os presentes aprenderam imenso com os seis alunos que ali se apresentaram. E esta é uma ideia que Adelina Pinto confirma quando, ao Mais Guimarães, confidenciou: “a quantidade de coisas que aprendi hoje!”.


“O século XXI precisa de ideias e de jovens que consigam defender-se e defender as suas ideias. É isto que nos vai permitir fugir da demagogia, fugir da ideia fácil”, frisou a vereadora da educação. Adelina Pinto acredita que se deu “um contributo enorme à juventude de Guimarães” e não tem dúvidas de que este é “um projeto para continuar, com pernas para andar e que vai fazer a diferença em Guimarães”. “Muitos destes miúdos que estão aqui, com esta capacidade fantástica, não sabiam que a tinham”, justificou a vereadora da educação.


Francisco Teixeira está confiante no que à relevância deste evento diz respeito, uma vez que esta edição “permitiu perceber que assuntos de grande complexidade podem ser tratados por grande interesse, qualidade e empenho por centenas e centenas de jovens”.


“O que é importante é chamar as pessoas à rua e isso deve ser feito, em primeiro lugar, com e pelos jovens”, reiterou o presidente da ASMAV recordando que existe uma “coisa antiga que é aquela história dos mais velhos dizerem mal dos mais novos e das gerações do presente dizerem mal das gerações do passado”. “Quem lida diretamente com os jovens sabe que há jovens absolutamente fantásticos, há gente com bom coração, gente devotada aos outros e à vida pública. Precisam é de espaço para isso. Os jovens querem e precisam de ser ouvidos. Se os mais velhos ouvirem os mais jovens, nas escolas e fora das escolas, veremos que aquilo que os jovens têm a dar à sociedade é imenso, imensamente qualificado e consistente. Não há razão para estar pessimista”, justificou ao Mais Guimarães.


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