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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

Estamos em 2005. E estamos felizes.

Paulo Vintém, Edmundo Vieira e Cifrão reuniram-se e os D’ZRT estão, agora, a percorrer novamente os palcos que os marcaram quando, com Angélico, partilharam “emoções, sorrisos e arte”. Foi o caso de Guimarães, por onde passaram duas vezes quando os mais novos corriam para casa às 19h00 para ver Morangos com Açúcar. Cifrão e Vintém voltaram às danças e aos mortais. Edmundo trouxe as baladas. Juntos trouxeram o que todos queríamos: por duas horas, fomos extremamente felizes e conseguimos não pensar em nada mais.


© Joana Meneses

Há uns anos, vínhamos com os nossos pais. Hoje, a entrada no concerto foi feita com os amigos. Hoje, houve quem tivesse trazido os filhos – que viram Morangos com Açúcar no Panda Bigs -. Hoje, a magia foi a mesma. Hoje foi 2005.


As portas abriram e aqueles que, ao sol, esperavam pela viagem ao passado mais emocionante de sempre, correram em direção às grades. “Todo o tempo” era precioso para ser aproveitado e a banda que marcou várias gerações mostrou bem qual “o caminho a seguir” pela noite dentro.


E depois de Cifrão pedir ajuda para “uma parte da próxima música”, os primeiros acordes surgiram. “Para mim tanto me faz” trouxe uma energia que há muito tempo não se via no Multiusos de Guimarães. O objetivo era um, como disse Edmundo: “recordar coisas boas”. E esse foi o mote para “filosofia rara” que, na verdade, não parecia tão rara quanto isso.


“Uma noite de viagem, uma noite de festa, uma noite pelo passado e pelo que nos faz querer voltar”. Bastou esta frase para o público perceber. Um dos momentos mais emociantes da noite começava. “Querer voltar” trouxe lanternas e trouxe lágrimas com a despedida de Dino – Francisco Adam -.


Fechamos os olhos e Cifrão levou-nos ao Colégio da Barra. “I Don’t Want to Talk About It” foi a primeira música que cantaram nos Morangos enquanto D’ZRT. À nossa frente, com a imaginação a trabalhar, vimos o Simão, a Ana Luísa, o Crómio, a Xana. E vimos o Ruca, o Topê e o Zé Milho.


Em palco, muitas vezes os quatro. Encostado à famosa carrinha azul, Angélico Vieira juntou-se para terminar “Verão Azul”, o verão ao qual queremos sempre voltar – ainda que, em 2011, o verão tenha sido menos azul do que imaginávamos que seria -. E se, aí, muitos ainda viviam na esperança de um reencontro, rapidamente o desejo passou a ser só isso, um desejo.


Uma homenagem sentida d’“aqueles putos da TV” que “rockaram em 005” e de quem se esperava um concerto que fosse mais do que isso. Um concerto que fosse um espetáculo com uma produção que dificilmente se vê em Portugal.


Num momento mais intimista, o público continuou a não desiludir e a cantar, entre as histórias da banda, “Hás de Sempre Estar”, “Estar ao Pé de Ti”, “Declaro Independência” ou “Quem eu Quero p’ra Mim”.


“Só Depende de Nós” trouxe aquele que foi, talvez, o momento mais emotivo da noite. Quase me atrevia a dizer que Angélico subiu mesmo a palco e nos levou a todos para esse “mundo à parte”. Voltamos a partilhar “emoções, sorrisos e arte” e percebemos que é mesmo verdade, “o final só depende de nós”.


De repente, estávamos mesmo naquele concerto que vimos em 2005 – ou mais tarde -. Em palco estavam os nossos quatro maiores ídolos e a certeza era uma: “os sonhos são para se viverem”. Cifrão voltou, até, a vestir o seu mítico casaco. Esta tour, que “tem sido feita de amor”, está a ser a revolução que todos precisávamos.


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