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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

U.DREAM: A fábrica de felicidade que está a mudar os estudantes universitários

A U.DREAM (UD) surgiu há oito anos, no Porto, quando o CEO, Diogo Cruz, teve um problema grave de saúde e percebeu a importância de cuidarmos uns dos outros, da família durante o processo de tratamento e a falta de apoio da comunidade. Assim que recuperou, juntou um grupo de amigos e decidiu fundar a UD com o objetivo de acompanhar crianças que estavam a passar, também elas, por fases complicadas a nível de saúde, e as famílias, tanto em regime hospitalar como domiciliário.


© Joana Meneses

Andreia Clementina, Regional Manager do Porto, conta ao incomum que, com as visitas às famílias e crianças estavam a ter impacto nos jovens universitários. Por esse motivo, estão muito voltados para a medição do impacto e certificação do programa. Sendo que Portugal tem uma das taxas mais baixas a nível europeu de liderança comunitária nos jovens, querem resolver esse problema. Com a UD trabalha uma equipa especializada de psicólogos para perceber exatamente o impacto e fazer com que a UD chegue a mais jovens.


A Regional Manager diz que ao longo destes oito anos foram percebendo o poder da educação e, pensando que os atuais estudantes são os próximos pais, profissionais, gestores, arquitetos, pintores, era necessário trabalhar com eles e capacitá-los para que, no futuro, fossem pessoas mais conscientes.


Foi assim que a UD mudou para um projeto educativo, capacitando os com competências de liderança social. O pimeiro pilar que sustenta o projeto é dos workshops de transformação pessoal e formações. Durante três semestres são abordados três conceitos: sonhar, inspirar, servir. Andreia explicou que o objetivo do primeiro semestre é perceberem qual a versão de felicidade de cada um, fazendo o seu próprio mapa de sonhos. Depois, o objetivo é que os jovens passem por conceitos como a empatia, a responsabilização e a gratidão, e percebam como é que podem tornar as suas relações mais saudáveis e significativas para que as possam inspirar para o impacto social também. No último semestre os jovens descobrem quais são os problemas do mundo, ou da comunidade, e de que forma os seus valores são postos em causa por algum problema social que existe, por alguma experiência que teve.


O outro pilar é das experiências socias. Os jovens estão em contacto com diferentes públicos alvo e escolhem que problemas querem conhecer melhor. O grande objetivo é que criem empatia e compaixão direta vendo aquilo que acontece.


A pandemia veio, de alguma forma, modificar a forma como trabalhavam, mas Andreia acredita que este período veio mostrar a importância do cuidar. Apesar de acompanhamentos domiciliários não se poderem realizar, houve sonhos na comunidade, como idosas que sem dentes e sem possibilidades de andar se viram com um andarilho e com possibilidades de consultas em dentistas. Também a Porta Solidária, uma instituição que serve refeições a pessoas carenciadas e sem abrigo, foi ajudada pela UD, através de bens que precisavam com arcas frigoríficas, micro-ondas e tupperwares.


Atualmente estão presentes no Porto, Braga, Lisboa e Aveiro, mas o objetivo é expandir para Viana do Castelo, Leiria e Barcelos. Isto, com a certeza de que os sonhos, aquilo que motivou a UD, vão sempre existir, garantiu a Regional Manager. Dar à comunidade e servir vai manter-se o foco principal da associação.


“A U.DREAM ensinou-me que a felicidade se treina”


Liliana Gestosa entrou na U.DREAM quando estudava Economia, na Universidade do Minho. Depois de já muitos amigos e colegas fazerem parte da associação, quis arriscar entrar e candidatou-se. Apesar do processo de recrutamento ser “longo e exigente”, com dinâmicas de grupo e duas entrevistas, uma pessoal e uma técnica, chegou à última fase, uma simulação de uma equipa de sonhos com desafios técnicos.


Garante que a passagem pela UD a ajudou a crescer “enquanto pessoa”. “Ver o mundo de outra perspetiva, relativizar os problemas e ser mais empática e consciente face às realidades dos outros” foram alguns dos ensinamentos que levou da experiência. Destaca também o “trabalhar para a melhor versão” de cada um e, sem hesitar, diz ter aprendido que “a felicidade se treina”.


Teve a oportunidade de estar presente em três sonhos e algumas campanhas. Estas últimas, considera serem “do mais importante e especial que se faz na UD”. Recordou uma campanha de Natal, no centro de Braga. “Foi tão simples como pôr uma árvore de Natal com presentes e um telefone no centro da cidade de Braga”. O desafio era que as pessoas atendessem o telefone e, do outro lado, alguém lhes sugeria que oferecessem um presente a um estranho. “A magia das campanhas aconteceu”, sorri.


O percurso para a alumni terminou com um dia de sonho “especial”. Explica que foi convidada para ser madrinha de duas crianças, a Beatriz e o Henrique, irmãos com perturbação do espetro do autismo. “É ter o privilégio de acompanhar duas crianças para sempre e poder fazer parte da vida delas”, garante recordando aquele que “foi, em simultâneo, a maior recompensa e o maior desafio” na organização. Sente que faz parte “de uma nova família” e “tem sido incrível acompanhar o crescimento e a forma como evoluem”.

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