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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

Rui Veloso renovou paixão dos vimaranenses

Pouco passava das 21h00 quando o Multiusos de Guimarães encheu. Os vimaranenses esperavam ansiosamente a subida ao palco de Rui Veloso. Um concerto que juntou diferentes gerações. Dos mais novos aos mais velhos, todos sabiam as músicas que, desde a década de 80, passaram a fazer parte da banda sonora dos portugueses. Um concerto com espaço para os amigos, para as memórias e para muita paixão.


© Cláudia Crespo

Foi entre um enorme aplauso que Rui Veloso subiu a palco, sempre com um sorriso no rosto e a voz que não engana e não deixa ninguém indiferente. “Já não há canções de amor” marcou o início de um concerto que veio provar exatamente o oposto – há canções de amor e os casais e afetos que pelo Multiusos se viam não deixavam enganar.


O público foi fiel e interpretou “Sei de uma camponesa” mostrando a verdadeira razão de, naquela noite fria de fevereiro, terem saído à rua. Mesmo antes de chegar ao “Bairro do Oriente”, desabafou com aqueles que o ouviam, enquanto apreciava a plateia cheia: “uma maravilha voltar aos concertos”. E então, uma vez mais, Rui Veloso e público tornaram-se num só para cantar “O prometido é devido”.


A ida ao Alentejo foi rápida, mas o suficientemente marcante para quem assistia. E porque é nessa região que o céu é mais limpo e o céu parece sempre mais estrelado, o público contrariou a canção. “Não há estrelas no céu” foi interpretado por baixo de um manto de telemóveis. Gargantas afinadas que convenceram o artista. “Grande coro, estão todos contratados”, disse.


O bilhete recebido não levou os vimaranenses ao Baile da Areosa com o Arménio de olhinhos azuis. Levou-os sim ao Multiusos de Guimarães onde, todos juntos, cantaram “Primeiro Beijo”. “Que lindo!”, exclamou Rui Veloso. São momentos como este concerto que aqui se viveu que nos fazem seguir a letra da “Canção de Alterne”. “Para de chorar // E dizer que nunca mais vais ser feliz”.


Com “todo o tempo do mundo”, a cidade berço mostrou saber encantar ao interpretar “Porto Sentido”, um tema que não precisa de legendas a acompanhar nunca. A lua já havia descido sobre a paz que se vivia há algum tempo, mas ainda era cedo.

“Bato a porta devagar, // Olho só mais uma vez”

As várias gerações voltam a juntar-se para cantar “Nunca me esqueci de ti”. Seguiram-se “Beirã”, “Lado lunar” e “Malmequer”. E sem olhar para trás, como uma serpente no jardim, Rui Veloso seguiu rio abaixo, rio acima, para interpretar um tema que considera “tão atual”. “Hey man, não faças cara de drama // És um velho lobo do mar // Já estiveste bem pior // Sempre te conseguiste safar”.


Com a promessa de que a gente “se vai vendo por aí”, Rui Veloso voltou a fazer com que as vozes do público se juntassem a si e terminou, antes do normal regresso ao palco, com “Chico Fininho”.


“Não me mintas” e “Paixão” foram as escolhidas para o encore. Rui Veloso terminou com a sua tão conhecida harmónica e com um Multiusos a cantar em uníssono. “Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”, mas sejamos sinceros… Quem não ouve – e não sabe – Rui Veloso?

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