O Teatro Praga está de regresso a Guimarães com duas estreias, MacBad e Info Maníaco, uma oficina com José Maria Vieira Mendes e a apresentação do work in progress do filme SuperNatural. Há ainda uma conversa com André e. Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes e Pedro Penim.
A black box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) recebe esta tarde e na manhã de sábado a estreia de Info Maníaco, a mais recente criação de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, com interpretação a cargo do primeiro.
Uma performance que vem na continuidade de Super Gorila, a peça de 2005. Nessa altura tentava “libertar-se da história, libertar-se de tudo, da maneira como era lido, da sociedade”. Mas a história agora é outra. A proposta para a peça foi “só um clique há um ano”, mas tem vindo a ser construída há bem mais que isso.
“O Info Maníaco articula várias coisas, não só a minha história de vida, com a história do teatro praga, porque fizemos 25 anos recentemente, como também processos de física quântica, sobre o aparecimento do universo e do planeta e processos neurológicos de construção de identidade, de conhecimento, capacidades”, diz-nos André e. Teodósio. Um hoje que é o dia que nós queremos que seja, um revisitar de memórias, informações que aparecem e encaixam umas nas outras sem que nos apercebamos disso.
André e. Teodósio confirma este lado “mais íntimo”, gosta de estar sempre à procura de informação para tentar justificar tudo. Ao mesmo tempo, “esse excesso de informação é um desmantelamento” de si. “Quanto mais vou sabendo, menos me vou reconhecendo, ou menos, na verdade, vou sabendo sobre mim”. A própria maneira de estar em palco, confessa, é uma coisa que faz “na intimidade para decorar texto ou para brincar”.
A luz do público não se desliga. Aliás, o próprio ator diz que quer estar mesmo com as pessoas, “as pessoas são protagonistas da peça. Composição é tudo, somos todos a mesma composição.”
É este o one man show que não está sozinho, nem em palco, nem na criação. O ator recorda os criadores e todas as pessoas invisíveis que trabalham no teatro. “É só um monólogo, mas não estou sozinho”.
A estreia marca o regresso a Guimarães, um público “incrível” e preparado para receber uma oferta diferente da que está habituado. “A oferta tem sido muito variada e é um público muito preparado. Em Guimarães aparecem coisas que, às vezes, é muito difícil ver em Lisboa, porque é mais fechado em determinadas estruturas e aqui vêm de todo o lado”.
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