Em Guimarães, já todos sabemos cantar “é a Afonsina, a Tuna de Engenharia, é bebedeiras, serenatas e folia”. O que não sabíamos era que, do outro lado do Atlântico, o ritmo também já estava entranhado.
A Afonsina – Tuna de Engenharia da Universidade do Minho, em coorganização com os Tunos Decanos de Iberoamérica, organizou, no início do mês, as Jornadas Culturais do Encontro Ibero-Americano de Tunas de Guimarães, um evento que trouxe a Guimarães uma nova visão do mundo das tunas académicas.
O Centro Histórico recebeu um espetáculo – e que espetáculo! – de tunas com a TunObebes, a Tuna Universitaria Baja Califórnia, a Tuna Veterana da Universidade Portucalense, a TunAmérica de Puerto Rico e a Tuna Afonsina.
Para o magíster da Afonsina, Igor Fernandes, encher o largo de Donães foi “muito gratificante”. Durante quase três horas, as pessoas não arredaram pé. Num fim de semana que foi tão cheio em Guimarães, os vimaranenses, e não só, pararam para ouvir e ver as tunas. “As pessoas de Guimarães verem o nosso espetáculo e apreciarem as tunas que conseguimos trazer cá é gratificante”, completa.
Apesar de cansados, depois de uma viagem longa, Luis Carlos García, do México, e Carlos Santiago, de Puerto Rico, mostraram-se muito contentes com o evento. “Gostaram do público e isso é importante, porque somos músicos e, quando tocamos, gostamos que o público goste”, explica Igor Fernandes.
Uma noite verdadeiramente mágica, com ritmos do mundo tão diferentes e, ao mesmo tempo, em tamanha sintonia. A Tuna Universitaria Baja Califórnia cumpriu o seu objetivo de partilhar música mexicana com Guimarães, mas o momento alto da noite foi, como já é habitual nas atuações da Afonsina, o hino da tuna vimaranense. O público, que já sabe a música, canta com os tunos enquanto dança. Os tunos mexicanos não fogem à regra e também já conseguem entoar “é a Afonsina, a Tuna de Engenharia”. Para Luis Carlos García “foi fascinante ver como a cidade e a tuna são como um só. Quando cantaram o hino, ver toda a gente a cantar e a dançar foi incrível. Nunca tinha visto em nenhum lado. Estava impressionado”, confessa.
As tunas tiveram ainda a oportunidade de conhecer Guimarães e visitar a Capela de São Nicolau com uma introdução à tradição do culto a São Nicolau, que brindaram com uma atuação, em Guimarães realizada por Miguel Bastos. Decorreram depois as jornadas culturais “A Tuna Académica em Guimarães e no Mundo”, no auditório da Sociedade Martins Sarmento.
Numa cidade “com muita história e icónica”, Carlos Santiago destaca o “ambiente, a hospitalidade e a amabilidade” de Guimarães e dos vimaranenses. A atuação das tunas decorreu no largo de Donães, mas poderia ter sido num outro espaço do centro histórico. “Em Guimarães qualquer espaço é mágico”, diz Adélio Silva da Tuna de Veteranos da Universidade Portucalense, para quem tocar na cidade-berço “é sempre um prazer”.
À Mais Guimarães, Igor Fernandes lembra que “uma primeira edição é sempre um teste”, mas a vontade de realizar um novo encontro é grande. “Vamos ver, com o que fizemos este ano, aquilo que podemos melhorar”.
“Foi incrível. Já me tinham dito que se não estive em Guimarães, então não estive em Portugal, porque aqui nasceu Portugal. Adorei as pessoas, foram amáveis, receberam-nos super bem”, termina o mexicano Luis Carlos García enquanto se mostrava claramente agradecido.
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