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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

Grupo de Guimarães no Hip Hop International: “Uma superação diária”

Quatro dias de “intensa experiência e superação para todos os bailarinos” é como Francisca Rodrigues, professora de dança no Guimagym, encara o Hip Hop international (HHI) Portugal. É um evento que abrange quatro diferentes vertentes: cultural, artística, formativa e competitiva.


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Em 2022, o evento volta a ter público e decorre entre 22 e 25 de abril no Complexo Municipal de Ténis da Maia, uns dias antes do Dia Mundial da Dança, que se celebra a 29. Ao longo das suas sete edições, mais de 300 crews e de 5.700 bailarinos já pisaram o palco do HHI, tornando-o numa referência nacional e internacional na área da dança.


Focada nos bailarinos, a organização procura garantir as melhores condições possíveis para a valorização e reconhecimento de cada um que pisa aquele palco, bem como proporcionar um espetáculo de entretenimento aos milhares que assistem ao vivo e via livestreaming.


De Guimarães até à Maia vai o grupo FR Absolut, um grupo de atletas entre os 11 e os 18 anos, que atuam no escalão Varsity e tentam lutar pelo título nacional de Hip Hop Dance. Preparam esta atuação há cerca de um ano, “mal terminou o HHI do ano passado”. Para Francisca Rodrigues, treinadora, “não é fácil”, mas acredita que “com esforço e dedicação conseguem fazer aquilo que são capazes”.


Com alguns dos elementos que vão este ano embarcar nesta aventura, o grupo foi ao HHI pela primeira vez em 2021. “Foi exatamente uma experiência. Fomos pela primeira vez, para experimentarem, se darem a conhecer, saberem o que era uma competição”, explica Francisca Rodrigues que espera “que este ano estejam mais preparados”. Apesar de alguns elementos nunca terem participado numa competição, “com a força dos que estão mais habituados vão conseguir”.


Lara é a mais nova do grupo FR Absolut, tem 11 anos, e não é a primeira vez que pisa aquele palco. “Quando chegas lá ficas muito nervoso, mas depois entras no palco e o nervosismo passa”, revela. Para a atleta, é possível alguém divertir-se em cima do palco, “mesmo depois do resultado”.


Com 14 anos e na dança apenas há seis meses, Maria João diz que sempre gostou de dançar. “Nunca pensei vir para uma equipa”, contou ainda envergonhada. A aventura, confessa, “está a ser stressante, mas, definitivamente, uma das melhores experiências”.


À Mais Guimarães, confessou que, apesar de não estar a ser fácil, “está a ser divertido”. Estar com pessoas que gosta e que são fáceis de estar é das melhores partes.


Da ginástica para a dança saltou Marta. Depois de ver o grupo a competir, quis fazer parte também. Acredita que “vai ser desafiante” e que, mesmo com o stress”, é algo que os “prepara para o resto da vida”.


Gonçalo tem 15 anos e dança desde os 10. À Mais Guimarães, confessou que, no ano passado, “estava muito nervoso, mas depois de subir ao palco o nervosismo acaba e é uma experiência incrível”. Este ano, acredita que o grupo tem “mais técnica, uma coreografia mais evoluída”, mas confessa que existe algum receio.


Apesar de ser o único rapaz no grupo, não vê isso como um entrave. “Sinto-me bem, sou um como elas, agimos como um grupo”, diz. A todos aqueles que querem entrar no mundo da dança, Gonçalo aconselha a “terem coragem e não terem vergonha. Se não acreditarem, ninguém vai acreditar, têm de ser os primeiros”.


A dançar há quase dez anos, Maria foi à Maia no ano passado e garante que “compensou”. Para a bailarina, “com a ajuda de todos e com esforço” conseguem “chegar e cumprir o objetivo”.


Dançar, frisa Maria, “é uma maneira de expressar os sentimentos, de nos sentirmos livres e de partilhar momentos com os amigos”.


Margarida dança há 15 anos. Iniciou o seu percurso com apenas três anos e vê as competições, e o HHI especificamente, como “uma superação diária”. Recorda que, às vezes, é “complicado” conciliar os treinos com a escola e a vida. “Todos temos estágios, exames, testes, mas o esforço sabemos que vai recompensar”, explica.


Para a mais velha do grupo, “a dança, mais do que um desporto, é uma forma de expressão e um refúgio, porque a dança leva-nos a sítios onde não podemos ir por causa da escola e do trabalho. Leva-nos a lugares bonitos”.


Os três primeiros classificados de cada divisão serão apurados para representar Portugal no Campeonato do Mundo de Hip Hop Dance / World Hip Hop Dance Championship que se realiza entre 6 a 13 de agosto, em Phoenix.


Foi o caso da treinadora Francisca que também já competiu, no escalão Mega Crew. “Éramos 40 bailarinos em palco. Ficámos em primeiro lugar, foi uma superação, e fomos representar Portugal a Phoenix, nos Estados Unidos, em 2019”.


A Hip Hop International, fundada em 2002 e sediada em Los Angeles, é produtora de múltiplas competições de danças urbanas, ao vivo e televisionadas. A Associação Portuguesa de Hip Hop Dance Crews (APHHDC) é a representante em território nacional da organização Hip Hop International e responsável pela organização do Campeonato de Portugal de Hip Hop Dance desde 2014.

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