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Foto do escritorJoana Miguel Meneses

Celebrar Amália no dia de Portugal

Nascia, em 2009, o disco pop português “Amália Hoje”. Imortalizar os fados de Amália era um dos objetivos, mas Amália era “muito mais do que Fado”. E uma das coisas que Nuno Gonçalves percebeu, quando começou a pesquisar mais sobre a sua vida, “foi que ela se adaptava à indústria” e foi a “primeira grande artista pop portuguesa”.


© Ricardo Carvalho

Com a voz que choramos o nosso triste fado, Nuno Gonçalves, Sónia Tavares, Fernando Ribeiro e Paulo Praça abriram a noite de 10 de junho no Multiusos de Guimarães com a certeza de que foi “uma honra e um privilégio voltar à cidade que viu nascer Portugal”. Do silêncio fez-se um grito com aquele que a vocalista dos The Gift diz ser “um dos fados mais bonitos de Amália, “Grito””.


A canção mais ouvida do projeto “Amália Hoje” trouxe a Guimarães vários corações. “Gaivota” juntou o público num coro (im)perfeito naquele que foi também um dia “curioso”, por ser o Dia de Portugal”, porque a verdade é que, como disseram, “a Amália tinha muitos vozes e muitos sotaques”.


Nuno Gonçalves, pianista, fez ainda questão de explicar como tudo começou. Quando o convidaram, disse que não, porque era do “fado antigo” e, entre risos, confessou que não queria “contrariar o que os pais diziam”. Mudou de ideias numa viagem, quando escreveu, num caderno, a palavra “hoje”. Estava decidido o nome do projeto, mas o caderno desapareceu e pareceu tudo voltar à estaca zero. Foi a editora que “insistiu muito” e, finalmente, conseguiu contrariar aquilo que pensava.


E foi depois de “Formiga Bossa Nova” que aproveitaram para dizer que “Amália tinha muitas marés”. Fernando Ribeiro contou, aliás, que lhe disseram que o Fado “era triste” mas ele disse logo que “também há Fado alegre” e que “Amália era todas essas ruas”.

Entre muitos outros temas, interpretaram “Rasga o Passado”, um tema que cantaram pela primeira vez em Guimarães e que “fala sobre coisas que mutias vezes evitamos”, e “Foi Deus”, com um pedido especial para “iluminar quem mais precisa e para não deixar ninguém para trás”.


Antes de encerrar a noite, deixaram os espectadores com um vídeo de Amália e com uma canção nunca editada, “Soledad”.



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