Vivemos num mundo a correr, cheio de pressa, onde o imediato se torna, muitas vezes, o mais desejado. Vive-se, hoje em dia, uma fase, talvez, muito materialista e do consumismo, em que todos queremos tudo e sempre. Torna-se urgente abrandar o ritmo e, por isso, o Mais Guimarães esteve à conversa com João Manzarra. Recentemente, trocou a cidade pelo campo e procura um estilo de vida mais sustentável. Esta tarde, trocou ideias com jovens vimaranenses, no fórum da juventude que decorreu no âmbito da Green Week.
Falar em João Manzarra é, inevitavelmente, falar em projetos de sustentabilidade e educação. Acreditas que, enquanto figura pública, tens de ter um papel mais ativo nessas questões?
Antes de mais, agradeço essa associação. Tem acontecido, de facto, as pessoas associam-me muito a esta parte mais sustentável. E é exatamente por isso, porque a determinado momento da minha vida senti que, tendo uma voz com algum alcance, parte dessa mesma voz deveria ser em prol de algo. Em algo que eu acreditasse, algo que tornasse o lugar onde vivo, o planeta Terra, melhor. Ou melhor, ou que, pelo menos, não se piorasse como estamos.
Acredito que já tenhas dado aqui um passeio pela Alameda e que já tenhas visto algumas das atividades da Green Week…
Já dei, fiz questão de dar aqui um passeio. Tenho aqui uma salinha para mim que refutei, disse “não, eu quero ir lá”. É incrível a quantidade de gente que aqui está, a quantidade de pessoas que se interessam e que acabam por dar muita esperança àquilo que vamos comunicando e vai dando também muito sentido. Se nós estivéssemos aqui a falar de sustentabilidade, ecologia e tudo mais, e as pessoas não nos ouvissem, seria muito triste.
Perguntava-te agora precisamente sobre o que vieste aqui fazer, participar no fórum da Juventude. Acreditas que esta geração é uma geração que está interessada neste aspetos?
Eu acho que… Acho que não, tenho a certeza que esta nova geração nasce com um novo espírito. É diferente nascer agora com a informação que nos chega do que nascer há 50 anos atrás, na época do descartável, por exemplo, em que as pessoas comiam em pratos de plástico, era o máximo, depois deitavam tudo fora. Não era por mal, nem era por culpa, mas não tínhamos essas informações.
Hoje em dia acho que se vive um espírito diferente. Há um espírito em que realmente todos sabemos que não podemos deitar lixo para o chão, que é importante separar o lixo. Ou seja, nós já nascemos um bocadinho com isso. Já nos faz todo o sentido. Já nos faz impressão que alguém atire lixo para o chão ou que alguém trate mal o planeta, neste caso. Portanto, sim, claro, tenho muita esperança nesta geração e acho mesmo que nos estamos a tornar seres humanos diferentes. E ainda bem, porque acho que nos estamos a tornar seres humanos melhores.
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